Semana passada, deixei "aberto" o tira-dúvidas, que seria respondido pela Dra. Luana Maranha.
Como as respostas são longas, decidi postar uma pergunta por vez, assim o espaço aqui não fica abarrotado com tantas informações. Vamos lá?
Prezados! Preciso muito saber se um cavernoma "surge", "cresce" de um ano para o outro, pois meu menino fez uma tomo por ter caído num ano e não apareceu alteração e no ano seguinte apareceu um cavernoma de 4cm.
A resposta da Dra. Luana:
O exame número 1 recomendado para traumatismo cranioencefálico de qualquer natureza é a tomografia. Quando há um cavernoma pequeno sem qualquer sangramento, sua visualização é difícil e pode muito bem passar despercebido. Via de regra, mesmo em tomografia, que não é o exame mais indicado para cavernomas, se possui mais de 2 cm, a chance de ser detectado é maior (mas não 100%, principalmente em algumas localizações desfavoráveis para a tomografia, como a fossa posterior). A melhor imagem para malformações cavernosas do sistema nervoso central se dá por ressonância magnética, especificamente nas sequências T2, Echo e SWI. Portanto, um cavernoma pequeno e que nunca sangrou numa tomografia, em um ano, pode não ter sido visto, comparado a uma ressonância adequada no ano seguinte. E isso se dá um pouco pelo crescimento da lesão, mas principalmente pela própria acurácia dos exames.
Até o ano de 2006, apenas 39 casos de cavernomas foram identificados no primeiro ano de vida. E geralmente eram associados a formas familiares com algumas mutações genéticas responsáveis por padrões mais agressivos da doença, tanto em número de lesões quanto na sua taxa de crescimento e chance de sangramentos.
4 cm é um tamanho expressivo. Não sei quais as condições exatas do diagnóstico do seu filho, precisaria analisar a clínica e as imagens, mas espero ter contribuído no entendimento do assunto!
Abraço!
Dra. Luana Maranha Gatto
CRM-PR 24.962
Essa semana ainda tem mais post com tira-dúvidas. Fiquem de olho :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário